segunda-feira, 17 de maio de 2010
“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” – Fp 3.13,14
Queridos e amados irmãos, nós precisamos avançar em direção a Cristo. Não há mais tempo para que fiquemos adiando a firme determinação de avançar no conhecimento do Senhor, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
O Espírito Santo através do apóstolo Paulo nos encoraja a esquecermos das coisas que para trás ficam e a avançar em direção ao alvo. É certo que estas “coisas” faz referência às coisas espirituais, coisas que já alcançamos, coisas que o Senhor já alcançou em nós, realidades espirituais já conquistadas em nossa vida. O maná, o pão do céu, o alimento que Deus enviou para o Seu povo no deserto, não podia ser guardado para o dia seguinte:
“... Ninguém deixe dele para a manhã seguinte”. - Ex 16.20
Assim também, tudo aquilo que ganhamos de Cristo, de Sua Palavra, o alimento diário, não serve para o dia seguinte. Nós não podemos perder aquilo que já ganhamos, ou o que o Senhor já ganhou de nós. Precisamos permanecer firmes nas realidades espirituais que já conquistamos, pois são como degraus para que possamos nos aproximar mais do Senhor. O verso 16 de Fp 3 diz:
“... andemos de acordo com o que já alcançamos.”
No entanto, não podemos viver das experiências passadas. Nós precisamos prosseguir para novas experiências geradas por Deus à medida que caminhamos com Ele. Necessitamos avançar em direção a mais uma jornada, a mais um estágio que o Senhor está nos conduzindo.
Todavia, creio que as “coisas” que o texto de Filipenses nos fala, também se refere ao nosso passado como um todo. Veja que Paulo nos mostra, nos versos 5 e 6, as suas credenciais antes de ser resgatado pelo Senhor Jesus:
“circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.”
Entendo que quando ele diz: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam”, ele também está se referindo à sua conduta no passado. Este é o contexto onde ele usa esta expressão “esquecendo-me”.
Amados no Senhor, nós precisamos esquecer o nosso passado. Não apenas o passado sem Cristo, mas também tudo o que possa estar nos prendendo ao passado, nos segurando, impedindo que avancemos em direção ao Senhor.
Não importa qual seja a tua situação neste exato momento, importa que você prossiga para o alvo. Se você tem mantido, pela graça do Senhor, uma firme e inabalável comunhão com o Senhor, se você tem caminhado com o Senhor, glórias a Ele por isso. Se você tem negligenciado este caminhar, negligenciado a Sua Palavra, vivendo um evangelho sem expressão, focado mais em si mesmo do que no Senhor Jesus, arrepende-te e volta a tua face para o Senhor antes que seja tarde. Se você pecou contra o Senhor, se você se curvou diante das astutas ciladas do diabo, confessa os teus pecados diante d’Aquele que já os perdoou, arrepende-te imediatamente e volta os teus olhos para Ele, corre para os Seus braços e deixa o Senhor te aproximar Dele novamente, mas nunca, nunca desista.
Amados, se já recebemos a salvação do Senhor, não há nada que possa reverter esta situação. Romanos 8.1 diz que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Você agora é d’Ele, você pertence a Ele, agora “sois da família de Deus” (Ef 2.19). Precisamos estar certos desta verdade. No entanto o pecado, ou até mesmo a tua negligência, pode te privar da presença do Senhor.
Em nome de Jesus, não podemos permitir que nada e nem ninguém nos prive da presença do Senhor, que nos impeça de caminhar em direção ao pleno conhecimento de Cristo. As adversidades que encontramos em nosso dia-a-dia não devem nos privar da presença do Senhor. Não podemos permitir que nenhuma situação antagônica nos tire do foco que é Cristo. Não sejamos tomados de autocomiseração ou de um sentimento destrutivo de culpa. Os pecados que porventura ainda insistimos em cometer, os problemas de relacionamento, as dificuldades na área financeira e profissional, as enfermidades, nada disso dever se tornar um obstáculo entre nós e o Senhor. Diante das dificuldades e barreiras que possam existir, e até mesmo na própria progressão normal da vida cristã, devemos fazer como o apóstolo Paulo. Devemos esquecer as coisas que para trás ficam e avançar.
Não podemos tirar os nossos olhos do Senhor em hipótese alguma. Este é o segredo de uma vida cristã adequada. Não tirar os olhos do Senhor. O apóstolo Paulo, desde o dia em que foi cercado por Aquele Resplendor de Luz na estrada de Damasco, nunca mais tirou os seus olhos do Senhor. Por este motivo, por obedecer à visão celestial que lhe foi dada, ele disse: “prossigo para o alvo”. Nós precisamos imitar Paulo, assim como ele imitou Cristo (1Co 11.1).
O Senhor Jesus viveu toda a sua vida aqui na Terra sem tirar, nem por um instante se quer, os olhos do Seu Pai. Ele “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). E quando, por causa dos nossos pecados, Ele foi privado da santa presença do Pai, Ele clamou em alta voz:
“Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” – Mc 15.34
Deus não pode contemplar o pecado. A natureza de Deus é completamente oposta ao pecado. A separação do Pai, provocada por nossos pecados, levou o nosso Senhor Jesus a sentir algo que Ele nunca havia sentido antes. Mesmo conhecendo todo o plano e propósito do Seu Pai, Ele não podia conceber a idéia de ser separado do Seu Pai. O que o Senhor Jesus sentiu quando foi privado da presença de Deus é algo imensurável para nós como seres humanos que somos. Mas como agora estamos n’Ele deveríamos sentir algo semelhante quando nos afastamos do Senhor. Oxalá se nós entendêssemos de fato esta verdade. Todavia, quando somos privados da presença do Senhor, seja por qual motivo for, parece que nada nos acontece. Muitas vezes, nem um ínfimo sentimento de arrependimento é evidenciado. Isto é simplesmente terrível. Nós temos que entrar em desespero quando estivermos privados da presença do Senhor. Porque só assim o Espírito Santo irá nos conduzir de volta para o Senhor.
Veja o que o apóstolo Paulo diz em Fp 3.8:
“Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo”
Foi desta forma que Paulo prosseguiu para o alvo. Ele tirou os olhos dele mesmo e colocou os seus olhos unicamente em Cristo. Assim como Paulo, nós também precisamos tirar os nossos olhos de nós mesmos, de nossas próprias necessidades, de nossas dificuldades, de nossas frustrações, e colocar os nossos olhos exclusivamente no Senhor Jesus. Precisamos prosseguir “para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Andar neste mundo é como andar em uma corda bamba. Mesmo salvos pelo Senhor, se não atravessarmos esta corda com os nossos olhos fixos no alvo que é Cristo, podemos cair ou andar desequilibrados. Que voltemos os nossos olhos para Jesus.
Amados irmãos, eu encorajo vocês a prosseguirem para o prêmio da soberana vocação. Não podemos permitir que nada nos abata. Precisamos caminhar com o Senhor em direção há uma eternidade de bênçãos reservada para todos aqueles que Ele mesmo escolheu desde a eternidade passada.
Que Deus nos conduza neste apertado, mas glorioso caminho que é o Caminho da Sua Verdade.
George S. M. Falcão
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“Todo-Poderoso , aquele que era , que é, e que há de vir.”
“Ora, vem, Senhor Jesus!”