sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
"Somos trigo ou figueira?"
Você já observou a diferença entre o fruto do trigo e o da figueira? A Bíblia usa a figueira para representar Israel e, o trigo para descrever os cristãos. A figueira tem raízes muito profundas. O povo de Israel recebeu a bênção divina, mas toda essa bênção está relacionada com esta Terra; é como se suas raízes estivessem muito presas a esta Terra; a Terra é a porção deles. Mas como é a raiz do trigo? O trigo é uma planta anual; é uma planta muito frágil, O trigo é uma planta anual. Essa planta está sempre pronta para ser separada da terra.
Os descendentes celestiais de Abraão receberam as bênçãos celestiais. Eles são como a figueira. Nós, porém, nada temos além do Senhor, nós recebemos as bênçãos celestiais porque somos como o trigo. O trigo não tem raízes profundas, a qualquer momento pode ser arrebatado. O arrebatamento é o futuro do trigo. Quando o trigo será arrancado? Quando estiver maduro. Outra característica interessante sobre a vida do trigo é que ele morre da espiga para baixo. Quando está maduro, o caule e a raiz morrem. Quando o fruto está maduro, ou seja, quanto mais você amadurece diante do Senhor, mais e mais você vai se desprendendo deste mundo.
Essa é a natureza do arrebatamento. Então, não provoque desavenças com os pré-tribulacionistas nem com os pós-tribulacionistas. O importante é que fomos criados para o arrebatamento. E o trigo possui uma vida tal que faz com que mais e mais morramos para o mundo. Quanto mais mortos para o mundo, mais vivos para o céu. Quando o trigo cresce e chega à maturidade, quanto mais ele amadurece, mais ele reclina a cabeça. O joio, entretanto, é diferente. À medida que o tempo passa, o joio fica cada vez mais rijo. É por isso que o Senhor disse para deixá-los crescer juntos. O Senhor nos semeou neste mundo. O trigo cresce sob a luz intensa do sol; sol após sol. E, ao absorver a luz que vem do sol, pouco a pouco o trigo vai amadurecendo. Então, quando o fruto está maduro, imediatamente a foice vai fazer o seu trabalho. O momento da ceifa chegou, o arrebatamento vai acontecer.
Esse é o futuro da vida cristã. E, por essa razão, a Bíblia diz que a ceifa é a consumação do século. Nós, cristãos, temos uma história um futuro. Quando chegamos à última página da história deste mundo, nos deparamos com o futuro do mundo. Mas, o Senhor realmente semeou a Sua semente neste mundo e deixou o trigo crescer. E esse trigo também tem a sua própria história. Ele vai crescer junto com o joio. Quanto mais o trigo amadurece, mais ele morre para o mundo. Quanto mais os cristãos caminham para a maturidade, mais eles se tornam humildes.
Do Monte da Transfiguração até o Golgota
Precisamos entender a história do Monte da Transfiguração especialmente à luz do Evangelho de Lucas. Em certa ocasião, Campbell Morgan afirmou: "A natureza humana, depois da queda do homem, tornou-se cada vez mais vazia. Porque fomos destituídos da glória de Deus, por causa do pecado, a natureza humana nunca conseguiu florescer". Todavia, no Monte da Transfiguração, o Filho de Deus, como o Filho do Homem, era o Homem Perfeito aos olhos de Deus. Essa foi a primeira vez na história da humanidade em que a verdadeira humanidade floresceu. Ali vemos a manifestação dessa glória. É por isso que Campbell Morgan sugeriu: "Se Adão nunca tivesse caído e tivesse tomado do fruto da árvore da vida, ele iria crescer continuamente. E, um dia, ele partiria deste mundo. Mas ele não partiria deste mundo através da morte. Então o que aconteceria? Ao receber do fruto da árvore da vida, ele estaria sendo transformado à imagem do Senhor Jesus. O sinal de que aquela vida estava madura seria algo semelhante ao que aconteceu no Monte da Transfiguração".
É por isso que precisamos entender a beleza da cena do Monte da Transfiguração. No que concerne ao nosso Senhor, Ele já chegara ao final de Sua jornada na Terra, Ele já havia atingido o ápice da vida, daquele monte, Ele poderia ter ascendido aos céus, Ele já havia cumprido todo o propósito de Deus para Sua vida. Ele tinha vivido uma vida maravilhosa. Mas o nosso Senhor não partiu dali. Ele ainda não podia subir ao céu dali. Ele teve, antes, que descer do Monte Hermon até o Monte do Gólgota e ali morrer por nós na cruz.
Aqui nos é dada uma definição do caminho da cruz. O caminho da cruz é o caminho que leva do Monte da Transfiguração ao Monte Gólgota. O nosso Senhor não precisava passar por esse caminho. Mas, para nos salvar, Ele não salvou a Si próprio. Para nos salvar, Ele precisava morrer por nós na cruz. Qual é o caminho da cruz? Por que teve ele que passar por esse caminho? Quando Pedro estava no Monte da Transfiguração, disse: "Façamos três tendas". Por que Pedro fez aquela afirmação? Devemos lembrar que naquela época a Festa dos Tabernáculos estava próxima. Pedro, então, estava no espírito da Festa dos Tabernáculos. Façamos três tendas (tabernáculos), uma para o Senhor, outra para Elias e outra para Moisés. Qual o significado dessa afirmação de Pedro?
A Festa dos Tabernáculos é a época da colheita de uvas e azeitonas. Nessa época, as uvas estavam maduras, por essa razão havia maravilhosos frutos na vide. Na Festa dos Tabernáculos, aqueles frutos atingiram a sua maturidade; há lindos cachos pendurados sob as parreiras. Mas aquelas uvas não permanecem ali, intactas; todas as famílias judaicas dirigem-se para as parreiras e colhem aquelas uvas, e as depositam no lagar para serem pisadas. Há dois lagares, um menor e outro maior e, entre esses dois lagares, há um pequeno tubo. Ao pisarem aquelas uvas maravilhosas, elas se desfiguram, tornam-se em fragmentos, perdem a beleza anterior. Mas, ao serem desfiguradas, o maravilhoso suco da uva é extraído. O suco começa a fluir do lagar superior para o inferior. Ali, então, é produzido o vinho para o mundo. Quando chega o inverno, mesmo as pessoas humildes e pobres podem ser aquecidas por esse vinho. No inverno, dentro de seus lares, as pessoas se regozijam, mas os ramos das vinhas estão na neve. A vinha deu tudo de si para que os homens pudessem encontrar regozijo.
Esse é o caminho do Monte Hermon até o Monte Calvário. Esse não é um sofrimento merecido. É um sofrimento imerecido. Não é o sofrimento de um Jacó e sim o sofrimento de um Jó. Jó sofreu porque era perfeito e porque era maduro. O Senhor amadureceu com um propósito: outorgar graça para outras pessoas. O sofrimento das uvas tem um propósito: dar vida para outros. A vide se derrama para os outros, para que outras pessoas possam receber vida. Esse é o terceiro estágio da vida do Senhor. Esse é o caminho da cruz: do Monte da Transfiguração até o Monte do Gólgota.
Através desse maravilhoso quadro, somos relembrados por Pedro do poder do Senhor Jesus. Esse é o poder transformador das nossas vidas. Porque Ele nos deu esse divino poder, pela graça do Senhor podemos ser transformados à Sua imagem. Essa é a nossa história. Essa é a história do nosso Senhor e, por causa disso, vamos tomar a história dEle como a nossa história.
Christian Chen
Extraído do livro Grandes Profecias da Bíblia – Edições Tesouro Aberto
Nenhum comentário:
Postar um comentário